coluna deni zolin

UFSM lança arroz produzido sem defensivos agrícolas

18.306

data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Foto: Deni Zolin (Diário)

O primeiro arroz sem uso de defensivos produzido no campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi lançado nesta quinta-feira, com vendas na Polifeira, em frente ao Planetário. O produto, nas versões normal e integral, é cultivado em uma área experimental do Grupo de Pesquisas em Arroz Irrigado, que há três anos vem pesquisando técnicas para aprimorar a produção de arroz sem uso de agrotóxicos nem de adubos convencionais.

Verba para obras da Travessia Urbana pode ser liberada este mês

Segundo o coordenador do grupo, o professor de Agronomia Enio Marchesan, a intenção é começar uma mudança cultural, incentivando produtores rurais a apostar na produção sem defensivos como um nicho de mercado. Ele propôs a criação de uma associação de produtores de arroz sem defensivos e de tipos especiais, como arroz preto, para a região central, como forma de trocar experiências e fortalecer esse tipo de plantio. Outro passo será obter o selo de produto orgânico para o arroz produzido no campus, já que esse nome só pode ser usado por quem tem certificados após inspeções.

- Pode ser mais uma opção de viabilidade, principalmente para a pequena propriedade, pois o valor do arroz orgânico pode ser 50% a mais ou até o dobro do arroz normal. Queremos fomentar essa ideia e incentivar a produção de outros produtos sem defensivos - diz Marchesan.

UFSM será sede de evento sobre startups e tecnologia

Nas pesquisas, ele disse que as maiores dificuldades ainda são conseguir adubos orgânicos que deem a mesma nutrição que os adubos granulados e fazer o controle de pragas sem o uso de agrotóxicos.

- Conseguimos produzir de 100 a 120 sacas em um hectare, mas precisamos melhorar, pois acreditamos que é preciso produzir com rentabilidade e ser uma lavoura mais empresarial, com pouco uso de mão de obra. Caso contrário, não dará certo. Claro que produzirá menos que o arroz convencional, mas o preço do sem defensivo é maior - diz.

Adesão à greve dos Correios ainda é baixa em Santa Maria

O arroz sem defensivos estava sendo vendido nesta quinta a R$ 3 o quilo na Polifeira. Em uma hora, foram vendidos 90 quilos. As vendas seguirão no evento, que ocorre às terças, das 7h às 14h, em frente à Biblioteca Central, e às quintas, das 13h às 18h, em frente ao Planetário. A feira reúne 25 produtores e é aberta ao público em geral, não só a quem é da UFSM.

O professor do Colégio Politécnico Gustavo Pinto da Silva, que ajuda a coordenar a Polifeira, defende que esse mercado só tende a crescer devido à preocupação com a saúde e à nova forma como a comida é tratada hoje em dia.

- A vantagem de ir na feira é ver o produtor olho no olho e poder conversar com ele, para saber a origem daquele produto. Passa mais credibilidade do que quando se vai no mercado e não se sabe quem produziu aquele alimento - comenta, lembrando que os produtores rurais da Polifeira passam por orientações e inspeções de qualidade.

Rede de fast-food ampliará compra de carne de Santa Maria

Além disso...
Apesar de sabermos que a produção comercial de alimentos hoje só é viável, em grande escala e a preços menores, devido ao uso de adubos e defensivos químicos (que podem trazer riscos ao consumidor), é fundamental que a UFSM comece a despertar para pesquisas e o fortalecimento do comércio de produtos sem defensivos. Quem sabe daqui a alguns anos ela vire referência com pesquisas nessa área, que possam fazer mais produtores despertarem para esse novo filão de mercado, preocupado também com o meio ambiente e a saúde.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Greve dos Correios começa a atrasar entregas na região

Tudo que você precisa saber sobre o saque do FGTS que começa hoje Próximo

Tudo que você precisa saber sobre o saque do FGTS que começa hoje

Economia